domingo, julho 30, 2006

Uma poesia ártica,
claro, é isso que eu desejo.
Uma prática pálida,
três versos de gelo.
Uma frase-superfície
onde vida-frase alguma
não seja mais possível.
Frase, não, Nenhuma.
Uma lira nula,
reduzida ao puro mínimo,
um piscar do espírito,
a única coisa única.
Mas falo. E, ao falar, provoco
nuvens de equívocos
(ou enxame de monólogos?)
Sim, inverno, estamos vivos.

a próxima vez

que quiser ler meu pensamento

vai ver uma coisa

letras soltas páginas rasgadas

capítulos sem fim

vírgulas loucas

surpresas e suspiros

tigres de papel

caras de nanquim

só mais uma coisa

já que você vai mesmo ver alguma

que tal olhar pro céu

em vez de olhar pra mim?

-Paulo Leminski-

sábado, julho 22, 2006

18, balding, star, Golden, fallen, heart