quinta-feira, setembro 20, 2007

Dreamlines

Esse é o primeiro rascunho de análise que fiz sobre a obra "Dreamlines", de Leonardo Solaas, que estava exposta no FILE.

Dreamlines é uma experiência visual interativa não-linear. Os espectadores da obra digitam uma ou mais palavras que definem o assunto do sonho que gostariam de sonhar. O sistema procura na Web por imagens relacionadas àquelas palavras, e faz com que elas gerem uma pintura ambígua, constantemente em mudança, onde os elementos se fundem num processo análogo a memória e a associação livre.

O artista Leonardo Solaas ao interagir com o público-espectador, tentando criar um sonho coletivo, credita o pensamento de Freud de que todos os seres humanos produzem arte, muito embora nem todos possam ganhar visibilidade, ou atentem compreensivamente para isso. Por isso, a representação das palavras digitadas é um tanto surrealista, exatamente como o conteúdo manifesto do sonho. Embora, os pensamentos latentes do sonho, ou seja, o significado mais profundo do sonho, aquilo que permanece inacessível ao consciente, pertençam a quem digitou determinada palavra.

De acordo com “A interpretação dos sonhos” de Sigmund Freud, por meio dos sonhos nossos pensamentos inconscientes tentam se comunicar com nosso consciente, sendo que os sonhos são formados por diversas imagens oníricas e essas nossas “pinturas pessoais” vêm do nosso cotidiano recente, dos nossos contatos mais próximos; e para um programador da Web, como Solaas, nada mais comum do que a própria Internet.

Criar um sonho coletivo mais do que interagir, é buscar o artista que dorme em cada um, pois, de acordo com Freud, todas as pessoas têm uma necessidade inata de dar à sua situação existencial uma expressão artística, dirigindo noite-após-noite sua própria arte.

Dreamlines une o “eu e o outro” através das novas mídias tecnológicas.

Um comentário:

Letícia Ribeiro disse...

Perdoem os erros.