quarta-feira, setembro 23, 2009

Etienne et metropolitaine

Entrei na Sumaré e comecei a pensar em como aquele momento seria poético se fosse vídeo e como era tão somente apático estar ali de corpo presente. Ela já estava sentada e ainda por cima, no meu lugar (bom, eu chamo de meu, ora), então, desviei e sentei num banco solitário, do lado oposto.
Ele entrou lá na Clínicas. Ficou de pé, perto da porta. Curvou o corpo para ler o título do livro que ela lia.
Como observava tudo, lá fui eu buscar o título também: Germinal, do Zola. Um dos meus favoritos de todos os tempos, simples assim.
E fiquei meio pasma de como ele olhava para ela, sem piscar. E também por eu ter a mesma coragem para fitar aquela situação.
Então, ele se curvou e perguntou:
- Vous êtes Français?
ou
- Vous êtes né en France?
Ou qualquer coisa assim que meu francês barato não reproduz, não lembra, mas compreende.
E ela respondeu em francês e lá ficaram conversando um bom tempo em francês.
E por mais que eles não soubessem, eu já era parte da conversa. Olhando, ouvindo o que era possível, lendo as expressões. Tinha o mesmo olhar de quando ele a viu, não piscava. Me levantei na Brigadeiro, com a desculpa (para mim mesma) de que o metrô lotaria. Não deixa de ser verdade, mas eu não costumo levantar antes da Paraiso estar a vista.
E não é que ele começou a falar em português com ela?
- Não é muito comum encontrar pessoas que falem francês...
Aí, eu fiquei desapontada. Pra quê todo aquele francês, se eles falavam português tão bem? Fiquei agoniada de não conseguir ouvir bem para perceber detalhadamente o sotaque dele...e tive que ir embora porque as portas se abriram.

Um comentário:

Jefferson Sato disse...

Então, eu parei com o refrigerante. A ideia era ficar 6 meses que, por um acaso, se completam no dia 28. Se você aguentar até lá!

E eu sei que preciso atualizar. Mas preciso de ideias. Só tenho para o Neurolistas.