sábado, outubro 27, 2007

Dois (esclarecedores) anos

E o tempo tomou forma. Assim me soube
Envolta em grande mar até a cintura
E nada a não ser água e seu rumor
Aos ouvidos chegava. E soube ainda
Que um só gesto e sopro acrescentava
Essa vastíssima matéria. E atenta
Em consideração a mim, cobri-me de recuos.
Eu, que de docilidade me fizera.

Antes avara desse tempo que resta.
Se em muitos me perdi, uma que sou
É argamassa e pedra. Guardo-te a ti.
Em consideração a mim. Redescoberta.

Hilda Hilst

segunda-feira, outubro 22, 2007

Under Control

A Mostra começou há alguns dias. Dessa vez eu estava disposta a encarar as filas, os chatos, os legais...mas já passou. Decidi ver um ou outro filme, conforme for possível. Depois de umas cinco longas filas no decorrer do dia, consegui ver Control
Eu não poderia perder esse filme.

E não perdi. Foi o filme mais caro de toda minha vida, mas pretendo assistir novamente quando lançarem.
O elenco está impecável. É até assustador. O novato Sam Riley é o próprio Ian, gente.
Percebe-se que os arquivos de vídeo foram usados como um forte material de apoio. A maioria desses arquivos está no youtube, mas, na minha opinião, esse aqui capta a essência dos trejeitos JD.
Alguns detalhes, algumas preferências de Ian Curtis não ganharam espaço na película, que foi baseada no livro "A touching from a distance", mas isso acabou por ser positivo, pois não criou uma aura absurda, um tom heróico em torno do vocalista do Joy Division.
Se eu gostei? Bem, fã que é fã...eu não achei a última bolacha do pacote, mas tá longe de ser a primeira! Control poderia ter virado um dramalhão besta, mas o diretor Anton Corbijn soube fazer um filme mais leve. Contudo, um filme mais leve corre o risco de transformar o Ian Curtis num cara bobo pra quem ainda não conheceu o Joy Division. Porém, com isso eu não me importo. Eu quero mais é que lotem as salas de cinema, eu quero mais é que o mundo todo veja a banda que lançou de 1978 a 1980 tudo que se tenta copiar hoje...sem sucesso.

Obs: Eu sai da sala pensando se o Ian Curtis cabia num filme. Dã, Letícia. Ninguém cabe num filme.

Santiago

Fiquei muito curiosa com o lançamento de "Santiago", de João Moreira Salles. Depois de um certo tempo, decidi que não estava a fim de ver um filminho do patrão mandando no mordomo. Puro preconceito meu. Ainda bem que passou logo.
Dia desses, fui assistir. Fiquei incomodada com o público que ria nos momentos mais estranhos. Um público que parecia se sentir Joãozinho, o patrão.
Além disso, sai atordoada do cinema. O filme me sufocou muito. Muitissímo. Não só por ouvir um imaturo João Moreira Salles comandando Santiago, não só pela figura tão singular de Santiago, mas principalmente pela montagem, pela fotografia, por aquele enquadramento claustrofóbico (totalmente inspirado em Yasujiro Ozu).
E foi pela rigidez presente em tudo, a todo instante que eu quis sair correndo quando a sessão acabou. E é por isso também que eu posso dizer que Santiago, acima de meus preconceitos, é mais do que um filme. É uma aula.

Lentium ou lithium

Fiquei sem pc por esses dias. E, de vez em quando, eu acho isso tão bom.

segunda-feira, outubro 08, 2007

Minha mãe disse:
- Coloca lá no blog o que a torcida do São Paulo cantou no domingo: Juíz ladrão, bonito e gostosão.

HAHAHAHA

sábado, outubro 06, 2007

Há exatos trinta dias, um novo roteiro ganhava forma "definitiva".
"Nuvem" foi gravado pelos agregados da "Insomnia" e da "Over the shoulder". O primeiro de muitos curtas contou até com a participação de Mark Rufallo e Julianne Moore (além, é claro, do Fê, que veio me pedir umas dicas!).
Enfim, senhoras e senhores, nasceu um sucesso. Faz um mês.